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O CARISMA GUANELLIANO

   No tocante a estes escritos procedeu-se a um estudo do carisma e da espiritualidade do bem-aventurado. Diversos escritores se dedicaram a esta tarefa (Leonardo Mazzucchi, Attilio Beria, Pietro Pasquali). Seu carisma é o anúncio bíblico da paternidade de Deus. Essa paternidade divina, constitui, para Guanella, uma profunda experiência pessoal, com uma conotação mística e profética. Isso faz com que sua santidade e missão tenha uma dimensão típica e qualificada. Uma experiência que tem em vista comunicar, particularmente aos mais pobres e abanDomados que Deus é Pai de todos, um Pai que não esquece e não marginaliza nenhum de seus filhos. Em semelhante perspectiva são valiosos seus dois livros “Andiamo al Padre” (“Vamos ao Pai” – 1880) e “Il Fondamento” – “O Fundamento” – 1885). Suas casas se organizam de modo coerente com base nas necessidades das pessoas, com estilo de família e adotam um método específico, o assim chamado “método preventivo” (cf. Regulamento dos Servos da Caridade, 1905), confiadas à paternidade de Deus. A orientação e a condução são confiados a Ele: “É Deus quem faz”.

 

   A santidade de Luís Guanella encontra-se não somente na perfeição moral, mas também na ontológica, em consonância com a experiência da paternidade de Deus. Sempre procurou, desde a juventude, uma coerência entre o pensar, o crer e o agir. Seu professor de religião consegue notá-lo desde o tempo de ginásio: “procura aprofundar, com particular diligência, tudo o que se ensina. Sente e ama o que aprende, transformando-o em vida” (Registros escolares, arquivo do Colégio Gallio em Como). Na condição de sacerdote, ministro do Senhor, seu encontro com Deus Pai consistiu numa participação à sua imensa caridade, à onipotência criativa e providente, à misericórdia encarnada e redentora; e tornou-se um caminho para o encontro dos homens com Deus, através e mediante a caridade do santo para os irmãos necessitados (cf. G.L. “Il montanaro”, 1885, pág. 32-34).

 

   Acrescente-se a tudo isso o específico daquela época: a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, à Virgem Imaculada e uma ascese austera de penitências, de oração, de severidade e observância, de trabalho e sacrifício para a missão caritativa. Mas havia um modo específico para a ação, dando espaço a algumas características: simplicidade, tolerância, misericórdia, esperança alegre... características essas que praticamente contrastavam com o seu caráter enérgico, voluntarioso, decidido para enfrentar obstáculos, algumas vezes impulsivo e irascível. Indomável sua vontade. Neste caminho rumo à santidade, Guanella conduziu sua discípula, Irmã Clara Bosatta, obra-prima da sua arte de educador e de diretor espiritual.

 

   Guanella foi beatificado por Paulo VI aos 25 de outubro de 1964 (Processos diocesanos: 1923-1930, início da causa: 15 de março de 1939). Sua Santificação ocorreu no dia 23/10/2011 por Bento XVI. Seu corpo é venerado no Santuário do Sagrado Coração, em Como.

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